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Nanotecnologia

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nanotecnologia




De tempos em tempos ouvimos falar que a ciência avançou de tal forma que o homem passou a poder fazer coisas antes impensáveis. Foi assim com a criação da máquina a vapor, do microscópio, da penicilina, do automóvel, do avião e de tantos outros inventos que revolucionaram a existência humana. Vivemos agora, segundo avalia parte do mundo científico, um novo momento de ruptura, chamado até de a “quinta revolução industrial”: os grandes avanços obtidos na nanotecnologia, que pode revolucionar as relações produtivas atuais.

E o que significa isso?

Nano é um prefixo que quer dizer um bilionésimo de alguma grandeza. Se estamos falando do padrão de medida metro, tratamos, então, do nanômetro. Um objeto com um nanômetro tem um bilionésimo de um metro (numericamente 0,0000000001 metro), isto é, algo muito pequeno, aproximando-se das dimensões dos átomos que formam toda a matéria que conhecemos. Para termos uma idéia, um simples fio de cabelo tem o diâmetro de aproximadamente 30.000 nanômetros. Já um átomo possui em média 0,2 nanômetro.

É nessa dimensão pequeniníssima que trabalha a nanotecnologia e sua originadora, a nanociência, já que tudo começa na ciência para que sejam desenvolvidas tecnologias que se transformam em produtos manipulados pelo homem. “As pesquisas estão sendo trabalhadas, feitas nessa dimensão. Ou seja, basicamente é você trabalhar átomo por átomo. A nanotecnologia, ou a tecnologia atômica, refere-se a uma gama de novas tecnologias que buscam manipular átomos, moléculas e partículas subatômicas para a criação de novos produtos”, explica o professor Paulo Roberto Martins, sociólogo pesquisador da Divisão de Economia e Engenharia de Sistemas do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) da USP (Universidade de São Paulo).

Invento decisivo

O acesso a tal dimensão vem sendo facilitado após o desenvolvimento de uma tecnologia que permite ao homem visualizar as dimensões muito pequenas, próximas do tamanho dos átomos. Foi em 1981, em Zurique, na Suíça, que a IBM anunciou a criação do microscópio de varredura por tunelamento eletrônico, uma evolução das pesquisas com microscópio eletrônicos que vinham sendo feitas desde a primeira metade do século passado.

“Uma das imagens célebres – que também foi um produto que acabou por ganhar o prêmio Nobel – foi feita pelos pesquisadores da IBM, que primeiro produziram esse tipo de microscópio e foram capazes, logo a seguir, de produzir a imagem da sigla IBM construída com átomos colocados uns atrás dos outros. Este foi um marco na história do desenvolvimento da nanociência”, lembra Martins.

Com este microscópio é possível visualizar estruturas muito pequenas, o que facilita a manipulação dessas estruturas para a conformação de seqüências de átomos ou de moléculas no modo que seja interessante para objeto da pesquisa.

Vale lembrar que mesmo tendo ganhado uma visibilidade maior somente nos últimos anos, a nanociência é uma atividade antiga, que remonta à primeira metade do século XX. “Já se faz nanociência há bastante tempo. Com certeza se faz nanociência há mais de 50 anos”, indica o professor Paulo César Morais, do núcleo de Física Aplicada do Instituto de Física da UnB (Universidade de Brasília).

O escritor Mike Treder, diretor-executivo do CRN (Centro para a Nanotecnologia Responsável, da sigla em inglês), acrescenta que a humanidade foi despertada para a “possibilidade de manobrar-se coisas átomo por átomo” após famosa palestra do físico Richard Feynman em 1959. Porém, os primeiros passos na manipulação das coisas átomo por átomo foi viabilizada nos anos 80 do século passado, com o desenvolvimento do microscópio de força atômica, explica.

O que as novas tecnologias – como os microscópios de tunelamento eletrônico – permitiram foi uma nova apropriação da nanociência, isto é, a geração de produtos que podem vir a ser explorados comercialmente, fonte da nanotecnologia. “Obviamente a nanotecnologia é o segmento, a conseqüência da nanociência. Tanto os materiais nanoestruturados (montados a partir de estruturas nanométricas) quanto essa instrumentação capaz de visualizar e manipular estes materiais podem dar origem a produtos. E a transição entre a nanociência e a comercialização de produtos, essa tradução é onde se assenta o que nós chamamos de nanotecnologia”, diz Morais. “Então, todo esse conhecimento científico básico pode ser comercializado como um novo sucessor da economia mundial. E há uma grande expectativa em relação a isso”, acrescenta.

Revolução

Mas, como em toda a revolução, há sempre as oportunidades e as ameaças. Por esta razão, as discussões sobre o desenvolvimento da nanotecnologia têm sido aquecidas na mesma proporção que as novas descobertas possibilitam a implementação de avanços tecnológicos e científicos.

Para se ter uma idéia de como essa dimensão tão pequena tem capacidade de gerar um movimento tão grande na nossa sociedade que pode alterar os rumos do setor produtivo, a Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos – agência independente do governo norte-americano dedicada a promover o progresso da ciência – prevê que o segmento da nanociência e da nanotecnologia irá atingir uma movimentação de algo em torno de US$ 1 trilhão em dez ou quinze anos.

“Trata-se de uma tecnologia em escola atômica e que se por um lado encerra promessas de grandes avanços – embora até agora não se saiba muito bem onde e como seriam realizados – por outro lado cria possibilidades de realizar investimentos que possam render mais ou menos o que foi o boom da Internet em meados dos anos 90″, afirma o professor Henrique Rattner, consultor econômico do IPT. “Mas parece que a preocupação com a parte econômica e financeira é maior do que o interesse pela parte científica e tecnológica, embora ainda haja em diversos países centros de estudos e laboratórios que procuram explorar essas áreas de forma não comercial”, avalia Rattner.

Essa tecnologia abre a possibilidade de criação de produtos e soluções nas mais diversas áreas de atuação da humanidade. Pensa-se em processadores de dados muito mais compactos, potentes e velozes que os atuais, encontrados em nossos computadores pessoais; mecanismos autômatos, como robôs, em dimensões minúsculas que poderiam atuar inclusive na área da saúde; ou então equipamentos montados a partir de estruturas minúsculas que possam vir a substituir membros ou órgãos humanos.

Por outro lado, há de se lembrar das ameaças, como os efeitos que a manipulação de estruturas e materiais de dimensão tão pequena podem provocar ao homem e sua saúde, à sociedade e ao meio ambiente. Incluem-se, aí, as pesquisas muito avançadas na área de armamentos.

Avanço vertiginoso

Uma das principais características da nanotecnologia é a velocidade com a qual os avanços se dão nesta área. Para se ter uma idéia, cientistas da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) estimam que em cinco ou dez anos será possível construir um protótipo de nanorrobô com um sexto do tamanho de um glóbulo vermelho que atue dentro do organismo humano podendo ministrar drogas diretamente em áreas pré-determinadas do corpo.

“A tendência é que a redução nos tamanhos e instrumentos continue. O processo de miniaturização é uma coisa galopante. Nós ainda não temos, obviamente, robôs em escala milimétrica na prateleira, mas a gente vai ter nos próximos anos”, prevê Morais.

É na área de saúde, principalmente, que as expectativas quanto à utilidade da nanotecnologia são maiores, já que a manipulação de pequenas estruturas ou de substâncias em dimensões reduzidas podem otimizar de forma decisiva a atuação da medicina. Uma das vertentes de estudos interessantes é a que prevê o uso de materiais nanoestruturados como carreadores de drogas. Um exemplo disso são as chamadas formulações lipossomais, isto é, utilizar-se uma droga em estruturas nanométricas chamadas lipossomas. Esses lipossomas são vesículas em escala nanométrica que são produzidas artificialmente e que têm uma biocompatibilidade muito grande, como explica o professor Morais.



“Você pode, por exemplo, colocar insulina dentro de uma nanocápsula dessas e injetar isso no paciente, tendo-se que a membrana desse lipossoma é construída de tal forma que é sensível ao nível de açúcar no sangue. Essa estrutura é capaz de circular pelo organismo sem ser eliminada ou reconhecida pelo sistema imunológico. Ou seja, ela pode ter um tempo de circulação no organismo muito longo. Quando o nível de açúcar do paciente subir, esta nanocápsula pode abrir e liberar a insulina”, afirma o professor da UnB.

Nanotecnologia no Brasil

Mas em que nível dessa revolução se situa o Brasil?

Desde 2001, o Brasil estimula oficial e diretamente as pesquisas na área, a partir da criação de quatro redes brasileiras de atuação no segmento da nanociência e nanotecnologia. Após a posse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi criado o Programa de Desenvolvimento da Nanociência e Nanotecnologia, incluído no PPA 2004-2007 (Plano Plurianual, que determina o planejamento estratégico dos investimentos do país durante quatro anos).

Agora em 2004, o orçamento para o desenvolvimento da área de nanociência e nanotecnologia prevê investimentos oficiais de R$ 8,7 milhões. Até 2007, segundo o PPA, esses investimentos devem totalizar quase R$ 80 milhões. É pouco, quando comparamos os investimentos realizados por países desenvolvidos neste segmento. Os Estados Unidos, por exemplo, investiram algo em torno de US$ 1,5 bilhão no ano passado nesta área, sendo US$ 900 milhões do governo e US$ 600 milhões da iniciativa privada.

“A comunidade científica brasileira está hoje bem organizada em relação à nanociência. O Brasil faz hoje nanociência de excelente qualidade… o país tem uma potencialidade muito grande nessa área. Agora, para você saltar de nanociência para nanotecnologia – e aí você poder ter produtos brasileiros no mercado internacional baseados em nanociência -, para você agregar valor a esses produtos, colocando-os em condições viáveis no mercado, para você ter retorno e vencer essa barreira, tem de ter mais investimento”, avalia o professor Paulo Morais.

Ele defende que esse investimento e a organização dessa tarefa fiquem nas mãos do Estado. “É preciso que o governo federal faça um plano para a nanotecnologia. Este é o momento. O Brasil ainda tem espaço para construir um plano para a nanociência e a nanotecnologia. A nanociência brasileira já está razoavelmente organizada. Mas a nanotecnologia brasileira não existe. Não há instrumentos, não há uma política de médio e longo prazo para a nanotecnologia. É preciso criar essa política séria e é preciso fazer investimento sério. Mas é preciso também que o governo traga para esta tarefa a iniciativa privada. Porém, de qualquer forma, quem tem que organizar isso e estimular a sociedade dentro desta iniciativa é o governo.”



O professor cita ainda um exemplo comparativa com um país europeu para dimensionar o atraso no quesito investimento notado no Brasil: “Recentemente visitei na Suíça um centro de porte médio que trabalha com nanociência e nanotecnologia, com 250 pesquisadores trabalhando… Esse centro tem um orçamento anual de entre 50 e 60 milhões de euros. Cerca de 35% desse orçamento vêm do governo federal; mais 35% vêm das indústrias, das empresas; e os restantes 30% são contratos… Nesses últimos dois anos e pouco de atividade, o governo colocou na área menos de 3 milhões de euros. As quatro redes de pesquisa brasileiras têm hoje cerca de 600 pesquisadores, com nível de doutorado em nanociência. Então veja, o número de pesquisadores que nós temos é mais do que o dobro do que esse centro suíço, só que nosso governo colocou aqui cerca de 1,5 milhão de euros por ano. Perceba aí a diferença de aporte de recursos”.



Mesmo com a restrição de recursos, Morais considera que o Brasil vem se destacando no cenário científico quando o assunto é nanociência. Ele lembra que alguns países já perceberam que “o Brasil está fazendo nanociência com um rendimento fantástico”. “Quer dizer, o país não investe muitos recursos e tem um resultado fantástico. Portanto, a questão custo-benefício aí é extremamente favorável. A comunidade brasileira, com poucos recursos, consegue dar uma resposta fantástica em nanociência. Então, para eles é uma excelente oportunidade de fazer cooperação com o Brasil. Eles sabem que têm instrumentos para, a partir da nanociência, construir nanotecnologia. Nós não temos esses instrumentos”, conclui.

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31 De Outubro, Dia Da Reforma Protestante

31 De Outubro, Dia Da Reforma Protestante




Neste dia, no ano de 1517, o monge Martinho Lutero expunha nas portas da Igreja de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses contra a venda de indulgências (Voce pode conhecer as 95 teses neste site). Indulgência é o mérito, por boa ação ou compra, da remissão da pena dos pecados. Verdadeiros abusos eram cometidos nesta época. As pessoas achavam que não precisavam mais da graça, da fé, da palavra de Deus, nem de Jesus Cristo (leia nosso artigo Os cinco solas da Reforma neste site). Compravam uma carta de indulgência e pronto, a salvação estaria garantida. Era o pensamento da época. Era a onda religiosa do momento.ia 31 de outubro os cristãos evangélicos lembram da Reforma Protestante. Infelizmente, a maioria nem se preocupa em saber quem era Martinho Lutero, João Hus, João Calvino, Wycliffe, Zwinglio, e tantos e tantos outros. É importante lembrar do papel desses homens na história, e a importância deles no plano de Deus para a humanidade. Eles foram relevantes na história, ao trazerem lemas como: Só a Escritura, Só a Graça, Só a Fé, Um Só Cristo, Só a Deus Glória (leia nosso artigo Os cinco solas da Reforma neste site). Não tem nada mais cristão do que reafirmar o sacerdócio universal de todos os crentes, defender o acesso à Palavra de Deus a todos os homens, proclamar que Cristo é o Senhor, e que só devemos dar glórias ao Todo-Poderoso. Lutero foi um homem admirável. Quando leio sobre ele, admiro sua pessoa, e o símbolo que ele se tornou, mesmo contra a própria vontade. Assim como admiro outros que o precederam (Wycliffe, por exemplo, foi perseguido por traduzir a Bíblia) e que o sucederam (John Wesley, por tudo o que fez, pela simplicidade), agiram não por mérito ou vanglória, mas simplesmente pela fé. Se estendêssemos Hebreus 11, acrescentaríamos versículos falando de tantos outros, conhecidos e desconhecidos, homens e mulheres, gente que conhecemos e gente de que ouvimos falar, Mas o que restou hoje de toda aquela consciência que incitou a Reforma? As igrejas evangélicas estão imersas em práticas extrabíblicas, algumas quase esotéricas, criando um verdadeiro “Talmude evangélico” (contrariando o Sola Scriptura). Outras, vinculando ofertas financeiras à bênçãos no céu, como se uma oferta maior fosse arrumar uma mansão melhor na Jerusalém Celestial (contrariando o Sola Gratia e o Sola Fide) (leia nosso artigo Os cinco solas da Reforma neste site). Ainda tem aquelas que tem lideranças tão personalistas, que quase tiram o senhorio de Cristo (onde foi parar o Solo Christus)? E, nas horas vagas, entre os louvores vazios e sem conteúdo, as oratórias que deixam o Senhor Jesus de lado, e as manifestações de alguma coisa que não podemos chamar de Espírito Santo… Eles se lembram de Deus e dão glórias. Ou seja, às vezes lembram do Soli Deo Gloria. É por isso que é bom sempre lembrar outro lema da Reforma: Ecclesia reformata semper reformanda: Igreja reformada, sempre reformando. Se Lutero estivesse vivo, mais de 450 anos depois, iria ficar no mínimo chocado, e provavelmente pensando: Foi para isso que eu me deixei usar? Deus tenha misericórdia da igreja, nessa data, 491 anos depois da (primeira) Reforma. Na verdade precisamos de uma segunda, terceira, quarta… E por aí vai, Semper reformanda.



Martim Lutero argumentou contra isso. Ensinou que a Igreja devia pregar a salvação pela graça e fé, mediante a ação de Jesus Cristo, revelado nas Sagradas Escrituras. Com certeza, nem ele tinha consciência das proporções que tomaria este movimento. Novas rupturas e até novas guerras se justificaram a partir de então. Mas também uma autêntica e verdadeira vivência do Evangelho volta a se fazer presente, entre católicos e protestantes, motivada pela atitude de Lutero.



















Conheça um pouco sobre Lutero – O Pai da Reforma Protestante.



Marthin Luther, ou Matinho Lutero, nascido em 10 de novembro de 1483 em Eisleben , proto Alemanha, em família de camponeses. Aos 18 anos, em 1501, foi para Universidade de Erfurt onde havia uma faculdade de direito. Com 3 semestres tornou-se bacharel em filosofia. Com 21 anos, tornou-se doutor em filosofia. Seu pai gostaria que ele se formasse em direito e se tornasse célebre, mas ele intencionava seguir a Deus. Em 1505, completou o curso de artes. Ao término de seus estudos adoeceu e quase morreu. Aos 22 anos entrou para o mosteiro dos Eremitas Agostinianos. Um dia leu na biblioteca do convento, que “o justo viverá pela fé”. Aos 25 anos de idade, foi nomeado para a cadeira de filosofia em Wittenberg. Foi a Roma, em 1510 e 1511. Em 1512 recebeu o grau de doutor em teologia. Foi eleito diretor sobre 11 conventos.



Em 31 de outubro de 1517, afixou, à porta do castelo em Wittenberg, na Saxônia, as suas 95 teses. Em menos de 1 mês elas foram traduzidas do latim para o alemão, o holandês e o espanhol, e já assustavam a igreja em Roma. Ele não intencionava atacar a igreja e só ia contra as indulgências. Em agosto de 1518 foi chamado a Roma para responder por heresias. Foi intimado a ir a Augsburgo. Suas obras: Discurso à Nobreza Cristã da Nação Alemã. Em sua obra, em latim, propôs que o papa diminuísse os sacramentos de 7 para 3: Batismo, Penitência e Eucaristia. Após a 3ª obra: Da Liberdade Cristã, Leão X decidiu excomungar Lutero. De volta a Wittenberg, recebeu a bula de excomunhão, a qual foi queimada no muro da frente da cidade perante o povo. Lutero saiu da igreja romana para a igreja do Deus vivo.



O imperador Carlos V convocou a primeira assembléia política e chamou Lutero a se defender, em Worms. Chegando lá cantou o hino de sua autoria “castelo forte”. Lutero enfrentou o imperador e os enviados do papa e por conta de um salvo conduto não foi queimado vivo, mas assim que saísse o edito da excomunhão ele seria um criminoso. De volta a Wittenberg, ainda na floresta foi cercado e levado a Wartburgo. Isso foi uma estratégia do príncipe da Saxônia para salvar-lhe. Encontrou ali um jovem professor de grego, Felipe Melanchton (1497-1560), que o ajudou muito nos anos seguintes. Lá ele ficou, durante meses, disfarçado. Em 3 meses traduziu o novo testamento para o alemão, direto da língua original. Criou assim uma nova maneira de expressão lingüística que influenciou de modo definitivo a literatura germânica posterior. Realizava culto doméstico, com louvores, leitura da Escrituras e oração. Era grande músico e escreveu alguns hinos. Inaugurou o costume de todos catarem juntos nos cultos. Tornou-se o pai da escola pública, e insistia que as mulheres estudassem também. Fez do sermão a parte principal do culto. Segundo Souer, ele era revestido de todos os dons do Espírito. Com 62 anos fez o seu último sermão. Por fim morreu na cidade onde nascera de ataque cardíaco, em 1546. Foi enterrado ao lado do púlpito em Wittenberg.



A historiografia católica tradicional retrata um monge louco, um psicótico demoníaco derrubando os pilares da Igreja Mãe. Para os protestantes ortodoxos, Lutero foi um cavaleiro divino, um Moisés, um Sansão, um Elias, até mesmo o Quinto Evangelista e o Anjo do Senhor. Para os pietistas, foi o bondoso apostolo da conversão. Os nacionalistas alemães celebravam-no como herói do povo e ‘pai de seus país’; os teólogos nazistas fizeram dele um proto-ariano e o precursor do Führer. Lutero sempre viu a si mesmo como um fiel e obediente servo da igreja.



Compilado e adaptado por Pastor Luiz Antonio.

A origem do dia da bíblia.

O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do Advento – celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal. Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia. No Brasil, o Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de Deus.








Durante o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de 1880, esta situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia, se popularizando.



Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionalizaram a tradição do Dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em dezembro deste mesmo ano, houve uma das primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, em São Paulo, no Monumento do Ipiranga.



Hoje, o dia dedicado às Escrituras Sagradas é comemorado em cerca de 60 países, sendo que em alguns, a data é celebrada no segundo Domingo de setembro, numa referência ao trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o latim. As comemorações do segundo domingo de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos em todo o País.



A Inerrância da Bíblia







“E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.12).







A Bíblia, em sua essência, é a Palavra de Deus; não contém erros de qualquer natureza, graças à sua plena inspiração, sob supervisão do Espírito Santo. Essa é uma declaração irrefutável. Não pode ser posta em dúvida. Os descrentes querem, a todo o custo, apontar erros nos textos bíblicos. No entanto, como se trata de um Livro de natureza espiritual, inspirado por Deus, não pode conter erros, em seu conteúdo. Pode haver falhas nas traduções, nas interpretações ou na sua apresentação gramatical, visto que, foi escrita em linguagem antiga, no hebraico e no grego, além de expressões breves no aramaico, é possível observar-se algumas falhas em termos de grafia ou de tradução.



Porém, as possíveis falhas, dificuldades de tradução, ou de interpretação, jamais podem ser consideradas como indicativas de erro na mensagem bíblica. Menos de 1% dos “erros” encontrados nos manuscritos, são falhas na transmissão da mensagem, e não afetam a integridade da Palavra de Deus. Deus disse a Jeremias: “Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.12b).



Nos primórdios da reunião dos livros da Bíblia, houve um processo meticuloso, em termos de seleção das fontes originais, ou dos autógrafos, que deram origem aos textos da Bíblia. Assim, podemos afirmar com toda a segurança que, quando em conformidade com os manuscritos originais, a Bíblia não tem erros em seus textos.



De maneira especial, Deus transmitiu sua vontade aos homens. E o fez através da mensagem escrita, para que ninguém pudesse alegar possíveis falhas, que poderiam ocorrer na transmissão oral, ao longo dos séculos. E, nesse processo de transmissão escrita, de modo inspirado, a Bíblia merece toda confiabilidade e reconhecimento de sua veracidade. Ela é inerrante, ou seja, não contém erros em seu conteúdo, em suas mensagens, em seus propósitos.



Certo escritor, em sua vaidade, resolveu ler a Bíblia, com o objetivo de mostrar que ela estaria cheia de erros e contradições. Seria para ele o ápice de sua sabedoria humana. No entanto, após folhear e ler a Bíblia, acabou verificando que, em vez de descobrir os erros em suas páginas, estas sim, abriram-se qual espelho da alma e mostraram seus erros e pecados. As palavras escritas, mesmo na Bíblia, podem sofrer alguma alteração lingüística, a ponto de apresentar possíveis distorções ou discrepâncias. Mas a Bíblia, enquanto Palavra de Deus, como “espírito e vida” (Jo 6.63), não contém qualquer erro ou falha.



Em lugar de conter erros em sua mensagem fundamental, da parte de Deus para o homem, a Bíblia se constitui num código de fé, ética e prática, indispensáveis ao ordenamento da vida humana, tanto em termos espirituais, pessoais, como sociais, familiares, profissionais, de conduta, e em todos os aspectos. Diz o salmista: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105).







I – REQUISITO INDISPENSÁVEL DA INERRÂNCIA BÍBLICA







1. CONCEITUAÇÃO







Inerrância é a qualidade de quem é inerrante, ou que não comete erros. “Que não pode errar; infalível”. As mensagens dos homens, em toda a História, têm sido criticadas, e até desprezadas, por se constatarem falhas ou erros em seu conteúdo. Tais mensagens não podem reivindicar inerrância. Até mesmo as ciências, fundamentadas em dados e informações, obtidas a partir de pesquisas, e evidências empíricas, têm suas falhas ou erros. Mas a Palavra de Deus, consubstanciada na Bíblia Sagrada, não pode conter erros, ou seja, ela é inerrante.







2. INERRÂNCIA E INFALIBILIDADE







O conceito de inerrância bíblica está associado ao conceito de infalibilidade. A Bíblia não contém erros. Como é a Palavra de Deus, Ela é infalível. Diz Pedro: “Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pe 1.24b,25a). O verbo permanecer, no texto, tem o sentido de não se abalar, não mudar, não sofrer alteração. A Bíblia não é como a falsa teoria da evolução. Esta fundamenta-se nas premissas falsas e equivocadas, do naturalista Darwin.



No livro “Origem das Espécies”, do materialista Charles Darwin, há expressões de dúvida, a ponto de o seu autor dizer “se a minha teoria estiver certa; talvez; pode ter havido” São expressões que revelam dúvida, incerteza, no domínio das hipóteses, que são aceitas, infelizmente, sem questionamento sério. Na Bíblia, no entanto, não encontramos qualquer expressão de dúvida, incerteza, ou insegurança, por parte do seu autor ¾ Deus.



O Livro Sagrado já começa com a expressão “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).



A infalibilidade da Bíblia decorre do fato de ser um livro de origem divina, pela inspiração e revelação do Espírito Santo; e por ser um livro cuja mensagem, em termos de história, profecia, e escatologia, têm a supervisão divina. Diz a Palavra: “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.12). A Bíblia é infalível porque é Deus quem garante sua veracidade e cumprimento. Deus vela por Ela. Ainda que, por permissão do próprio Deus, há tantos adversários da Bíblia, o Senhor vela para que a mensagem bíblica se cumpra de modo cabal e perfeito. Deus, Soberano do universo, tem o pleno controle dos fatos e dos homens, de tal forma que, queiram ou não, os acontecimentos confirmam as afirmações e previsões, constantes da Bíblia. A inerrância é condição indispensável para que a Bíblia seja infalível.



Para o homem herege, ateu, materialista, tais razões não fazem sentido. E isso é natural. A Bíblia acentua a incapacidade de o homem natural não absorver a mensagem de Deus. Diz Paulo: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2.14). Para o homem espiritual, no entanto, a Bíblia é objeto do seu amor e reflexão. “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (Sl 119.97)







II – RAZÕES DE SUA INERRÂNCIA







1. SUA AUTORIA DIVINA







Não se pode avaliar a quantidade de livros, revistas, jornais, artigos e matérias, escritos pelo homem, ao longo da História, desde que surgiu a imprensa, no Século XVI. Milhões de autores e escritores têm expressado seus pensamentos. Diz a Bíblia: “E, de mais disso, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar enfado é da carne” (Ec 12.12). Mas os autores humanos são sempre falhos. Porém, o autor espiritual da Bíblia, que é Deus, jamais falhou. Diz a Palavra: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?” (Nm 23.19) No meio dos milhões de textos, escritos pelo homem, há verdades e mentiras; há mistificações, enganos, equívocos e até distorções propositais da verdade, pela manipulação dos fatos e das idéias. No entanto, Deus, o Autor da Bíblia, não mente. Nem se arrepende. Quando encontramos na Bíblia, textos que dão a idéia de que Deus se arrependeu (Gn 6.7; 1 Sm 15.35; Am 7.3), devemos entender que Deus muda de planos, em função de atos ou ações errôneas do próprio homem, e não de sua parte. Deus não fez nem faz nada errado.



Quando Ele diz, faz; quando Ele fala, confirma. Quando Ele faz, ninguém, a não ser com sua permissão, pode mudar o que Ele determinou. Ele é “o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre” (Ap 3.7). O autor da Bíblia não muda: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17). A autoria divina da Bíblia, para o cristão verdadeiro, garante sua inerrância e infalibilidade. É objeto de sua fé. Às vezes, essa fé atinge feição radical. Lembro-me de, quando estava lecionando na universidade, fui abordado por um professor e advogado muito conhecido na cátedra e na comunidade. Ele era ateu positivista, adepto das idéias de Augusto Comte; materialista e admirador de Darwin. E me disse: “Professor, eu não entendo vocês, os crentes. Há evangélicos que são tão extremistas, que uma senhora, de sua igreja, que trabalha em minha casa, fez uma afirmação absurda, que nos faz até rir. Eu lhe indaguei se ela cria, realmente, que a baleia havia engolido Jonas. Ela respondeu que sim. Mas eu lhe expliquei que a garganta da baleia é tão estreita que não permite passar um homem. Só podem passar por ela pequenos peixes. Ela parou, me escutou, e respondeu: ¾ ‘Professor, se a Bíblia disser que Jonas engoliu a baleia, ainda assim eu creio nela!’” Na sua simplicidade, aquela humilde serva de Deus procedeu de acordo com a Bíblia, que diz: “Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus olhos” (Pv 26.5).



Mas o cristão consciente e fiel aos ensinos da Bíblia, pode e deve argumentar com toda a segurança sua convicção na inerrância e infalibilidade do Livro Sagrado. Diz Paulo que devemos oferecer a Deus o “culto racional” (Rm 12.1), ou seja, uma crença e uma adoração que tem razão de ser; que tem muitas razões de ser, na verdade. Devemos crer, como Lutero: “Quando as Escrituras falam, Deus fala”. É um postulado da fé. Ou a Bíblia é inerrante ou Deus não existe. Pois toda a sua mensagem, do primeiro ao último livro, parte do princípio sagrado da existência do Ser Supremo que criou todas as coisas, a vida, e os seres vivos, incluindo o homem, e resolveu transmitir ao ser criado a sua vontade soberana, através da mensagem escrita, em livros que, durante 1600 anos, foram reunidos na Bíblia. Com fé inabalável (Sl 125.1), cremos que Deus existe e fala conosco, os crentes, e para os homens, através da Bíblia Sagrada.







2. OS ESCRITORES HUMANOS — “HOMENS SANTOS DE DEUS”







A mensagem bíblica tem origem em Deus, o Autor divino. Mas com exceção do Decálogo, escrito pelo próprio dedo de Deus nas tábuas de pedra e entregues a Moisés (Êx 31.18), os demais textos, reunidos em livros no Antigo e no Novo Testamentos, foram escritos por homens. Sendo assim, dizem os críticos da Bíblia: “Os homens escreveram de sua própria mente, e cometeram muitos erros”.



Porém, de acordo com a Bíblia, os escritores dos Livros Sagrados não escreveram de sua própria cabeça, o que bem entendessem. Se assim o fosse, não teriam registrados certos fatos, muitas vezes comprometedores e constrangedores para eles. Qual seria o escritor, ou autor, que escreveria que um irmão estuprou a irmã; ou que um rei, que era tão querido por Deus, adulterou com uma Senhora, e mandou matar seu marido? Um autor humano poderia, sem qualquer problema, omitir tais fatos. No entanto, a Bíblia registra fatos como esses, como foi o caso de Amnon, filho de Davi, que cometeu o crime de estupro contra sua irmã, Tamar; e Davi, homem de Deus, num momento de falta de oração e vigilância, deixou-se levar pelos sentidos, e adulterou com Bate-Seba, esposa do general Urias (ver 2 Sm 11.3-5; 13.1-14). Na verdade, muitos dos que cometeram atos vergonhosos não escreveram nada. Outros, usados por Deus, relataram e escreveram os livros que contém tais fatos.



Os homens que escreveram os livros da Bíblia, considerados autores humanos, na verdade, a rigor, nem poderiam ser chamados de autores, mas sim de escritores sagrados. Moisés, Josué, Samuel, Davi, Neemias, Esdras, Jó, Salomão, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, no Antigo Testamento, foram homens, que escreveram sob a inspiração e/ou revelação da parte de Deus, iluminados pelo Espírito Santo. Eles escreveram mensagens inspiradas para o povo de Israel, para muitas nações, e para sua época, bem como para tempos escatológicos.



De igual forma, os escritores-autores dos livros do Novo Testamento, como Mateus, Marcos, Lucas, João, Paulo, o desconhecido autor aos Hebreus, Tiago, Pedro e Judas, também tiveram a gloriosa experiência de receber de Deus a mensagem divina para a humanidade. Eles não erraram na transmissão da mensagem.



Diz a Bíblia: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21). O cristão verdadeiro crê que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus. E pode ser confortado com a afirmação bíblica de que os escritores-autores, dos Livros Sagrados, não produziram textos com objetivos comerciais de venda de livros ou de artigos como acontece hoje em todo o mundo. Não. Eles escreveram os textos, quando ainda não havia a imprensa. Os livros, escritos em pergaminhos ou papiros, eram escritos de forma artesanal, à mão. Muitas vezes à luz de lampiões, ou velas. Eram os manuscritos que se tornaram peças de valor inimaginável, ao receber a pena com tinta, transcrevendo a mensagem inspirada por Deus.



Podem os críticos argumentar que as muitas cópias dos manuscritos contêm muitos erros ou discrepâncias, e, por isso, a inerrância da Bíblia estaria prejudicada. Mas “A inerrância é atribuída apenas aos manuscritos originais dos vários livros da Bíblia; não é asseverada a respeito de qualquer cópia específica daqueles livros que sobreviveram até nosso tempo” (grifo nosso).







Kenneth S. Kantszer afirmou:







É possível sustentar que Deus poderia ter impedido os autores da Bíblia de cometer erros, tirando-lhes a liberdade e a condição de seres humanos; entretanto, os evangélicos jamais afirmaram tal coisa. Antes, a Bíblia é produto totalmente humano, e totalmente divino. Como produto divino, a Bíblia detém autoridade absoluta sobre a mente e o coração dos crentes. Como produto humano, mostra em si mesma todas as características essenciais da composição humana. Sem dúvida, Deus poderia ter-nos dado uma Bíblia escrita na perfeita linguagem do céu; nesse caso, porém, quem a poderia entender? Deus preferiu comunicar-nos sua vontade mediante o canal imperfeito da linguagem humana, com todas as suas possibilidades de má compreensão e má interpretação.







III – OS MANUSCRITOS BÍBLICOS







O termo “manuscritos” vem do latim, de manus (mão) e scriptus (escrita), ou seja, documento, texto, ou livro, escrito à mão. Antes de haver a imprensa, todos os documentos eram manuscritos. Houve textos, ou livros, escritos à mão em argila, em tabletes, em couro, em metal e em outros materiais. Os manuscritos bíblicos foram escritos em pergaminho ou em papiro. A princípio, os textos foram reunidos em rolos, de difícil manuseio. Depois, foram trabalhados em códices, escritos em “folhas” de casca de árvore, recobertas de cera, utilizando-se estiletes. Por volta do século IV d.C., os códices substituíram os rolos; o papiro foi substituído pelo pergaminho, feito de pele de animais; e, pelo século XII, o papel substituiu o pergaminho.







1. OS AUTÓGRAFOS – MANUSCRITOS ORIGINAIS







Os manuscritos originais dos textos bíblicos não existem mais. Por razões não compreendidas, os primeiros pergaminhos ou papiros que compuseram os primeiros rolos, em que constavam os livros do Antigo Testamento, não foram preservados. Os estudiosos argumentam que se eles ainda existissem, talvez fossem objeto de idolatria. É provável. Mas sem sombra de dúvida, os manuscritos originais ou os autógrafos, existiram.



E foram eles que deram origem aos manuscritos mais antigos, que chegaram às mãos dos homens que selecionaram os livros da Bíblia, até formarem o cânon sagrado. É importante salientar que a infalibilidade, ou a inerrância da Bíblia, é reivindicada para os manuscritos originais. Se há cópias, é porque houve originais. E estes, tendo sido inspirados por Deus, jamais poderiam conter erros. Cremos que o Espírito Santo atuou na mente dos copistas honestos, de tal forma que não cometessem erros no que tange ao conteúdo espiritual dos textos bíblicos.







2. OS MANUSCRITOS MAIS ANTIGOS







De forma resumida, indicamos alguns dos manuscritos (MSS)5 mais antigos do Antigo Testamento, escritos em hebraico.







1) Códice dos primeiros e últimos profetas. Data de 895 d.C., escrito por Moses Ben Asher. Inclui os livros de Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis; Isaías, Jeremias, Ezequiel, e os Doze.



2) Códice do Pentateuco. Foi escrito em 916 d.C. Dele constam apenas os “últimos profetas”. Escrito por Arão, filho de Moses Ben Asher, e está arquivado no Museu Britânico, sob o número 4445.



3) Códice Aleppo. “Contém todo o texto do Antigo Testamento. Copiado por Shelomo Ben Bayaa. Está em Israel, na Universidade hebraica.



4) Rolos do Mar Morto. Foram descobertos em 1947, nas cavernas de Qumran, por um beduíno. É, sem dúvida, o mais importante achado arqueológico sobre os manuscritos do Antigo Testamento. O MS de Isaías, em hebraico, encontrado na caverna nº 01, tem 95% de concordância com o texto da Bíblia hebraica, como conhecemos. Os 5% de erros, encontrados, não afetam o conteúdo fundamental dos livros da Bíblia”.







Existem muitos manuscritos, do Antigo Testamento, e do Novo Testamento, escritos em grego, tais como:







1) O Códice Vaticano “B”. Data do ano 325 d.C. Nele, o Antigo Testamento é cópia da versão grega da Septuaginta.



2) O Código Sinaítico ou Álefe. Encontra-se arquivado no Museu Britânico. Data de 340 d.C. Foi encontrado no Mosteiro de Santa Catarina, junto ao Monte Sinai. O Governo inglês o adquiriu dos russos, em 1933, por 510.000 dólares.



3) O Códice Alexandrino. Encontra-se no Museu Britânico. Data de 425 d.C. Foi escrito em Alexandria, no Egito.



4) O Códice Efráemi ou “C”. Encontra-se no Museu de Louvre, na França. Data de 345.d.C.







Há uma enorme quantidade de manuscritos antigos, que podem ser conhecidos em livros de Bibliologia.







IV – FALHAS NA TRANSMISSÃO ESCRITA DA BÍBLIA







1. AS FALHAS NAS CÓPIAS DOS MANUSCRITOS







Os textos bíblicos que conhecemos hoje foram escritos, a princípio, nos manuscritos que eram “rolos ou livros, da antiga literatura, escritos à mão. O texto da Bíblia foi preservado e transmitido mediante os seus manuscritos”. Segundo estudiosos, há, no mundo, 4000 manuscritos da Bíblia, escritos entre os séculos II e XV.



De acordo com Gilberto não há nenhum manuscrito original, “saído das mãos dos escritores”. Os manuscritos, feitos de papiro ou pergaminho, estragaram-se e foram enterrados, como costumavam fazer os judeus, com material que envelhecia. Reis e imperadores, idólatras e inimigos de Deus, faziam questão de destruir tudo o que contivesse a mensagem sagrada. Antíoco Epifânio (175-164 a.C.) não só destruiu Jerusalém, mas deu fim a todas as cópias das Sagradas Escrituras. Possivelmente, Deus permitiu essa destruição dos autógrafos para que não se tornassem objetos de veneração ou adoração, como ocorreu com relíquias sagradas.



Entre os manuscritos em hebraico, do Antigo Testamento. O mais conhecido é o rolo de Isaías, encontrado em Qumran, próximo ao Mar Morto, em 1947, juntamente com diversos outros manuscritos. O rolo de Isaías confirma o conteúdo do livro do profeta, como consta em nossas Bíblias. Há manuscritos em grego, tanto do Antigo como do Novo Testamento.







2. OS CUIDADOS NAS CÓPIAS DOS MANUSCRITOS







Os manuscritos conhecidos não são originais, mas cópias, elaboradas pelos copistas. Neles, foram constatadas várias falhas, ou erros, apesar das rigorosas regras que eram impostas a esses escribas.







O pergaminho tinha que ser preparado de peles de animais limpos; preparados por judeus, sendo as folhas unidas por fios de peles de animais limpos. A tinta era especialmente preparada. O escriba não poderia escrever uma só palavra de memória. Tinha de pronunciar bem alto cada palavra, antes de escrevê-la. Tinha que limpar a pena com muita reverência antes de escrever o nome de Deus. As letras e as palavras eram contadas. Um erro numa folha inutilizava-a. Três erros numa folha inutilizavam todo o rolo.







Mesmo assim, os estudiosos, principalmente os críticos, registraram diversos erros na transcrição das cópias das cópias, derivadas dos manuscritos originais. A análise dos manuscritos é objeto dos críticos textuais.



Porém, os erros encontrados nas cópias dos manuscritos, e passados para as traduções, ou versões, dos textos bíblicos, chamados de “variantes textuais”, quando analisados à luz do contexto geral da Bíblia, não comprometem o valor da mensagem sagrada, nem se constituem motivos para descrer na inerrância da Bíblia. A troca de uma letra, numa palavra, poderia causar confusão quanto a seu sentido. Há dois tipos de erros: intencionais (o copista procurava adaptar o texto a outro, e até forçar algum tipo de acomodação doutrinária; e não intencionais (omissão de letras, erros de memória, má iluminação do ambiente, e outros).



Alguns dos erros mais comuns, encontrados nas cópias dos manuscritos, são: Haplografia, quando o copista deixava faltar uma letra, em uma palavra; ditografia, quando o escriba, já idoso, pedia a alguém para ajudá-lo, ditando as palavras do manuscrito, e o copista repetia letras ou palavras; este erro podia ser cometido, mesmo sem a ajuda de uma segunda pessoa; metátese, quando, pelo sono, ou cansaço, o copista invertia duas letras ou palavras. Por isso, vêem-se, em traduções diferentes, expressões aparentemente discrepantes. Por exemplo: Em Mateus 19.24, num manuscrito, há a expressão kamelos, que significa corda, cabo que prende o navio, passando pelo fundo de uma agulha, como ilustração para a dificuldade dos que amam as riquezas entrarem no céu; em outro manuscrito, a palavra traduzida é kamêlos, referindo-se ao animal. Qual o erro? Meramente de grafia. Mas não há erro fundamental no texto. Jesus quis mostrar que é muito difícil um rico, avarento, amante das riquezes, ter condições de ser salvo. Só isso.



•Quando isso acontece, o leitor cristão, com humildade, entende que há um erro material, na tradução, mas jamais aceitará que se trate de um erro no conteúdo, na substância, na essência, ou na mensagem que a Bíblia quer nos transmitir. Basta comparar com a finalidade do texto, do livro, ou de toda a Bíblia, e verá que o Deus amoroso para com seus filhos jámais deixaria que algo confuso perturbasse sua fé. Diz a Bíblia: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos” (1 Co 14.33).

No Novo Testamento, que é a porção do Livro Sagrado mais atacada pelos críticos da autencidade da Bíblia, foram localizadas, nos manuscritos, mais de 200.000 variantes textuais, ou “erros”. Nessa gama de falhas, há casos de apenas a troca de uma letra (e há milhares de casos assim), e é considerada como erro. No entanto, a análise cuidadosa de cada uma mostrou que, só em 10.000 trechos (2,5%) há falhas consideradas triviais.







•Não basta afirmar que a Bíblia é o livro mais preservado, que sobreviveu desde os tempos antigos, mas lembremos também que as variantes de certa importância representam menos da metade de 1% de corrupção textual, e que nenhuma dessas variantes influi em alguma doutrina básica do cristianismo.





Quando a alta crítica textual diz que há milhares de variantes, dá a impressão de que a Bíblia é um livro cheio de erros, e não pode ser inerrante. A análise criteriosa, desses erros (“de certa importância”), no entanto, demonstra sem paixão, que eles constituem apenas menos de 0,5% de todo o conjunto da imensa e maravilhosa biblioteca divina, constituída de 66 livros, em mais de mil capitulos e milhares e milhares de letras! Cumpre-se o que Jesus disse: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).



Como existem 5000 manuscritos do Novo Testamento, e cerca de 9000 versões e traduções, pode-se afirmar, com segurança, que o texto bíblico não contém erros fundamentais, que comprometam seu conteúdo. Pesquisadores sérios, como “Westcott e Hort, Ezra Abott, Philip Schaff e A.T. Robertson avaliaram com o máximo cuidado as evidências e chegaram à conclusão de que o texto do Novo Testamento tem pureza superior a 99%”! Essa avaliação apenas confirma o que a Bíblia diz a respeito de si mesma: “Toda palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele” (Pv 30.5).



Essa pureza que permeia os textos da Bíblia é algo extraordinário. Como livro (versão em português), que contém 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, 773.692 palavras e 3.566.480 letras, serem encontrados menos de 0,5% (meio por cento) de falhas significativas é algo que corrobora a inspiração de Deus, quanto ao conteúdo original da transmissão de sua Palavra, ao homem, e o cuidado do Espírito Santo no trato com os que se encarregaram de compilar os textos, os manuscritos, e suas cópias, para formar o cânon bíblico.



Só o Decálogo não teve erros, porque foi escrito pelo dedo de Deus. A partir de Moisés, outros escritores vieram, mas foram suscetíveis de cometer erros, na transmissão da mensagem, em termos materiais, ou seja, na tradução das palavras ou na forma de escrever.*







•Transcrito na integra do texto de Elinaldo Renovato de Limas por Pastor Luiz Antonio

•Este texto foi extraído do livro Deus e a Bíblia – obra que acompanha as lições bíblicas do trimestre.